quarta-feira, 24 de março de 2010

...

A mão da chuva fria corre no meu rosto.
O sopro quente de uma agonia...
Arrepia da nuca os pelos.
O beijo frio da chuva repousa em minha boca.
O vento me cobre o corpo com saudade e vontades.
Se ele ao menos se amasse, ele teria alguém pra amar...

A noite ao meu lado me dá as mãos numa sombra escura e suja.
A cama estreita dá lugar ao corpo quente e só.
O dia passou como as folhas...
Eu não espero.
É verdade, eu não espero...
Mas eu vejo num canto escuro de mim
Que ainda sinto falta.
Então, se tenho o vento amarei o vento?
Se tenho a chuva, amarei a chuva?
Se tenho a noite, amarei a noite?

Mas a chuva não é forte no amor...
O vento não é forte no amor...
Nem a noite...
Essa, tão pouco.
Eu sou o fim.
Eu tenho só a mim.
Se ele ao menos me amasse
Ele teria,pelo menos,alguém pra amar.

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